domingo, 28 de novembro de 2010

Ex-atletas da elite mundial nas finais do CBS Masters

Fonte: Abrasp / Por: Engenhoca Soluções em Comunicação

Dos 101 surfistas com idades acima dos 35 anos que iniciaram as disputas do Billabong Brasileiro Surf Masters, na manhã de ontem (26), apenas 33 seguem da briga por títulos no dia de amanhã (28). Com ondas boas, com cerca de metro e meio, e sol forte, as disputas foram intensas em Stella Maris, para se chegar vivo nas semifinais das cinco categorias. Amanhã, o evento começa às 9h, com a primeira semi kahuna, e será encerrado às 13h45, com a finalíssima master

O Billabong Brasileiro Surf Masters, realizado pela Confederação Brasileira de Surf (CBS), tem as categorias master (acima de 35 anos), grand master (acima de 40), kahuna (acima de 45), grand kahuna (acima de 50) e master feminino (acima de 35). Esta é uma das três provas seletivas para os atletas que pretendem participar, com as despesas pagas, do mundial da International Surfing Association (ISA), programado para o segundo semestre de 2011, no Chile ou em El Salvador.

Dos oitos semifinalistas da categoria master, cinco são ex-representantes brasileiros na divisão de elite mundial (o World Tour - WT) e três deles possuem títulos brasileiros profissionais. Jojó de Olivença (BA), Armando Daltro (BA), Victor Ribas (RJ), Christiano Spirro (BA) e Joca Júnior (RN) se juntam à Sérgio Penna (RJ), Márcio Zanotti (ES) e Renato Coutinho (ES) em busca do título e de duas vagas para representar o Brasil no mundial.

Na categoria grand master, também brilharam as estrelas de campeões brasileiros e ex-representantes brazuca na elite do surfe. O bicampeão nacional Ricardo Toledo, de Ubatuba (SP), fez a melhor pontuação das quartas-de-final (12,75), seguido pelo ex-top do circuito mundial, o niteroiense Ricardo Tatuí (11,5). Jojó de Olivença e Joca Júnior, detentores de títulos nacionais, também se garantiram na semi entre os atletas com idade a cima dos 40.

Emoções – Uma das baterias mais esperadas do dia, a primeira das quartas-de-final master foi uma das melhores de todo evento. Os amantes do surfe que esperaram ansiosos, não se decepcionaram com a bateria entre os baianos Jojó de Olivença, Armando Daltro, Bruno Pitanga e Bruno Sena. A disputa ficou entre os ex-integrantes do WT. Foi uma batalha dura e o resultado foi apertado. Os escores de 3,10 para Jojó e 13 pontos para Daltro estão entre os três maiores registrados no dia.

“Apesar do posicionamento difícil, pelo fato das ondas quebrarem em vários picos diferentes, consegui fazer uma boa escolha. Vamos ver no que vai dar amanhã”, comenta Jojó. Já Daltro, explica que resolveu participar da prova sem compromisso, mas que se conseguir um bom resultado já pensa em correr as outras seletivas, para tentar uma vaga no mundial.

Quem viu o surfe solto, com manobras velozes e bem encaixadas, nem imagina que o campeão do World Qualifyng de 2000 está caindo na água poucas vezes no mês e só há 20 dias surfou com mais intensidade para esta competição. “Estou exercendo outras atividades profissionais e por isso não tenho muito tempo de surfar e competir. Mas quando a gente começa a vencer, volta o desejo de ir mais longe. Se tudo der certo aqui, vou querer buscar essa vaga nas próximas etapas”, promete Daltro.

Outro baiano que se deu bem foi Chrstiano Spirro. Team manager (chefe de equipe) da Maresia, ele tem viajado bastante acompanhando os atletas da empresa e por isso tem surfado com bastante freqüência. Ele passou em segundo na segunda bateria das quartas, na cola do atual campeão brasileiro master, Renato Coutinho, detentor da melhor pontuação do dia (13,50).

“As expectativas para a decisão são as melhores possíveis, porque treino aqui todos os finais de semana. O nível tá muito bom, os caras estão arrebentando, mas estou focado e vou ver até se troco de equipamento para melhorar minha performance amanhã”, avisa Spirro.

Se nesta competição o clima é de confraternização e a responsabilidade diminui para muitos, para Vitor Ribas a pressão é maior. Aos 39 anos, ele é o único entre os semifinalistas que faz parte da elite do surfe profissional brasileiro, o Brasil Surf Pro.

“Aqui o nome e a história é o que menos pesa. O que vale é a qualidade de vida que o atleta tem, para ter um bom preparo físico. O fato de eu ainda estar na ativa pesa mais sobre mim, porque sou o único que fica com a obrigação de ganhar”, comenta Ribas.

Legendas – Outra bateria aguardada, foi a segunda da categoria grand kahuna. Na disputa estava simplesmente um dos pioneiros em várias segmentos do surfe brasileiro, Ricardo Bocão, 56 anos, e o legendário baiano Carlos Moraes, 57. Com corpos sarados e preparo físico de garotos, eles têm em comum a qualidade de vida e o amor pelo surfe. Bocão fez a melhor média da categoria e passou em primeiro na bateria, seguido pelo baiano Jorge Bitencout, o Jorge Pisca. Carlão não conseguiu se classificar.

Ricardo Bocão, que é sócio do canal de esportes Woohoo, foi um dos primeiros brasileiros a surfar no Hawaii e a acompanhar o circuito mundial. Simpático e bastante atencioso, o carioca, que participa de campeonatos masters na Prainha, no Rio de Janeiro, acha que esse tipo de evento deve ser incentivado.

“Tem muitos surfistas bons com idade acima dos 50 no Brasil. Além de alguns que estão aqui, tem o Cauli Rodrigues, o Daniel Freedman, o Picuruta Salazar, entre outros. Tem cerca de 20, 25 pessoas, que têm capacidade de brigar por títulos. Espero que ao serem noticiados de eventos como esse, eles se entusiasmem e comecem a participar também”, explica Bocão.

Próximo final de semana - No próximo final de semana (4 e 5 de dezembro), acontece em Stella Maris, na mesma estrutura do Billabong Brasileiro de Surf Masters, mais uma prova da FBSurf e da Associação Baiana de Surf Universitário (ABSU). O evento valerá como terceira etapa do circuito baiano universitário e sétima e última prova do baiano de surfe amador.

Billabong Brasileiro Surf Masters é uma realização da Litoral Esportes, Camarote Eventos e Confederação Brasileira de Surf (CBS). Tem patrocínios da Billabong; do Governo Federal, através do Ministério dos Esportes; do Governo da Bahia, através da Superintendência de Desportos do Estado da Bahia (Sudesb); e da Prefeitura Municipal de Salvador. O apoio é da Ballantines, Grand Hotel Stella Maris e Correio da Bahia. A supervisão técnica fica a cargo da CBS e da Federação Baiana de Surf (FBSurf).

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