
Jihad Kohdr foi o segundo top do WCT a estrear na quinta-feira de boas ondas na Praia do Arpoador
O paulista Adriano de Souza, quinto no ranking mundial do ASP World Tour, era um dos convidados do Oakley / Rio Surf Pro International e havia cancelado sua participação. Mas, as ondas subiram na Praia do Arpoador e depois de um treino na manhã da quinta-feira ele decidiu competir na última vaga que estava aberta na primeira bateria do dia, as 7:30 horas. E estreou aumentando o maior placar masculino do campeonato para 15 pontos, marca que depois foi batida três vezes, até o pernambucano Bernardo Pigmeu atingir imbatíveis 16,50 pontos na segunda fase, quando começaram a estrear os surfistas mais bem colocados no ranking mundial.
Patrocinado pela Oakley, o Mineirinho do Guarujá derrotou o pernambucano Bruno Rodrigues, o catarinense Diego Rosa e o potiguar Fabrício Júnior. Agora, vai disputar a 17.a bateria da segunda fase que ficou toda formada por paulistas, pois era encabeçada por Hizunomê Bettero e Renato Galvão, com Thiago Camarão completando a disputa que classifica os dois primeiros colocados para a próxima fase. A previsão é de que esta seja a terceira bateria a entrar no mar nesta sexta-feira. A quinta-feira deve ser encerrada na 14.a conforme o cronograma do Oakley apresenta Rio Surf Pro International.
“Cheguei aqui cedinho e vi que só tinha três surfistas na bateria, as ondas melhoraram bastante e decidi entrar no campeonato mais pela oportunidade, surfar o Arpoador só com quatro pessoas dentro d´água e também porque o evento tem apoio da Oakley, que é meu patrocinador. Teve dois dias só de feminino, deu tempo para descansar um pouco e estou feliz por ter passado a bateria. Esse evento tem o maior investimento da Oakley, 6 estrelas, e nada melhor do que fazer isso onde o surfe começou no Brasil, que foi aqui mesmo no Arpoador, então é uma grande honra e satisfação estar aqui participando do campeonato”, falou Adriano de Souza, que venceu as três últimas etapas do WQS que disputou no Brasil, duas no ano passado em Itajaí (SC) e Ubatuba (SP) e uma esse ano na Praia do Forte (BA).
“Eu não ia competir aqui porque foi marcado na mesma data do WCT de Mundaka (Espanha), mas o campeonato lá acabou antes e surgiu a oportunidade, mas entrei mesmo porque as ondas estão bem melhores hoje. Sei que a mídia vem acreditando em mim, tenho evoluído bastante e vamos ver o que pode acontecer. Não estou pensando em vitória, só quero me concentrar em bateria por bateria e chegar na final é tudo o que eu quero, mas vamos passo a passo”, prefere Adriano de Souza, a grande aposta para o primeiro título mundial do Brasil no WCT.
DIREITAS NO ARPEX? - Além dele, outra estrela da elite mundial que estreou na manhã da quinta-feira no Rio Surf Pro International foi o paranaense Jihad Kohdr. Mesmo o Arpoador sendo uma praia de esquerdas, Jihad achou duas direitas para garantir o primeiro lugar nos minutos finais da última bateria da primeira fase. “O backside (surfando de costas para as ondas esquerdas) está meio fraco. Até treinei hoje de manhã e o backside estava bom, mas não consegui encaixar ele na bateria e aí tive que usar a arma, espada pra direita, achei duas ali seguidas e estou amarradão”, falou Jihad, 12.o colocado na lista dos 15 do WQS que sobem para a elite.
Ele já faz parte deste grupo, mas não conseguiu confirmar sua permanência entre os 27 que são mantidos pelo ranking do ASP World Tour e a chance de garantir seu nome é nas três etapas seguidas da “perna” brasileira de fim-de-ano que está sendo inaugurada no Rio Surf Pro International. “Vou dar o gás para isso e antes de ir para o Havaí já quero estar garantido no WCT do ano que vem. Estou feliz por estar aqui no Arpoador, um lugar onde já ganhei um campeonato Junior em 1998 com uma nota 10 na final contra o Simão Romão, que é local daqui. E foi numa esquerda, pra ver que o backside do Jihad já funcionou bem”, relembra o paranaense Jihad Kohdr.
LOCAL HERO - E o local do Arpex, Simão Romão, não conseguiu estrear com vitória em casa, mas avançou em segundo lugar para a rodada dos 48 melhores surfistas do campeonato na disputa vencida pelo jovem catarinense Alejo Muniz. Para Simão, o Oakley apresenta Rio Surf Pro International é a realização de um sonho. “É isso mesmo. Só de ver meus amigos que competem comigo chegarem aqui em casa para pegar altas ondas já me deixa muito feliz. Eu estava nervoso porque estréia é estréia, tem uma expectativa, fazia muito tempo que eu não competia aqui, mas passei e agora vai que vai”.
Simão Romão também falou sobre a oportunidade de melhorar sua posição no WQS (45.o lugar) no evento realizado nas ondas onde aprendeu a surfar. “Sei que esse campeonato é a grande chance para mim, isso está na minha mente e não quero desperdiçar de jeito nenhum, vou tentar a vitória com tudo e contra todos, está todo mundo aqui torcendo por mim e não quero decepcionar, apesar de saber que o campeonato é de alto nível e todos estão aí querendo a mesma coisa”, falou Simão, depois da classificação no segundo confronto da segunda fase.
SURPRESAS - E a estréia dos cabeças-de-chave do Oakley apresenta Rio Surf Pro International começou com surpresas. O catarinense Alejo Muniz derrotou o local Simão Romão na segunda bateria e a primeira foi vencida pelo cearense Michel Roque, que superou o americano Patrick Gudauskas que mais tempo liderou o ranking esse ano, com ambos despachando o atual campeão brasileiro Gustavo Fernandes e o recordista de vitórias em etapas do WQS na América do Sul, Peterson Rosa.
“É a primeira vez que venho ao Rio de Janeiro, achei as ondas aqui do Arpoador muito boas e a bateria foi difícil. Eu já conhecia o Peterson (Rosa), um surfista muito experiente, mas nunca tinha visto o garoto de azul (Michel Roque), que realmente surfou muito bem, inclusive até me passou e venceu a bateria. O Brasil é sempre assim, cheio de surpresas”, falou Patrick Gudauskas, que está no Rio de Janeiro acompanhado por seus dois irmãos, Dane e Tanner, que também disputam o WQS.
Michel Roque já havia se destacado na quarta-feira por ter vencido a primeira bateria da história do WQS masculino na Praia do Arpoador e agora aprontou de novo em cima dos favoritos. “Entrei bem tranqüilo na bateria, porque não estou disputando vaga no WCT, quase não participo do WQS, então estou só mesmo querendo mostrar o meu surfe e as ondas estão vindo para mim. Espero continuar no mesmo ritmo nas próximas baterias para quem sabe fazer minha primeira final no WQS”, deseja Michel.
RECORDES - As boas ondas de 1,5 metro de altura da quinta-feira no Arpoador ajudaram para que os surfistas conseguissem mostrar tudo o que sabem e novos recordes foram sendo registrados durante o dia. Os 15 pontos de Adriano de Souza foram primeiro ultrapassados pelos 15,30 de Marcos Pastro na terceira bateria da segunda fase e na quarta o pernambucano Bernardo Pigmeu registrou 16,50 pontos como o maior placar do Rio Surf Pro International. Já o norte-americano Austin Ware aumentou o recorde de nota de 9,17 do paulista Matheus Toledo no primeiro dia para 9,63 na sexta bateria.
O Oakley apresenta Rio Surf Pro International tem patrocínio da Oakley, Ministério do Turismo, da Secretaria de Esportes, Turismo e Lazer do Estado do Rio de Janeiro e Metro Rio, com organização da Adding Produções e Eventos. O evento é homologado pela Association of Surfing Professionals – ASP South America e está sendo transmitido ao vivo pela internet com o link podendo ser acessado pelo www.aspsouthamerica.com.br