quarta-feira, 11 de março de 2009

Adriano de Souza é um dos semifinalistas na Austrália

Fonte: ASP South America / Por: João Carvalho - Assessoria de Imprensa da ASP South America

O Quiksilver Pro seguiu atrás das melhores ondas na Gold Coast e na terça-feira usou uma terceira locação esse ano. Depois de analisar todas as praias da região, a melhor opção com as séries volumosas de 1,5 metro de altura foi Coolangata Beach, num trecho entre Greenmount e Kirra Point. Foi lá que o paulista Adriano de Souza trucidou seus adversários e garantiu seu nome nas semifinais pela segunda vez na Gold Coast australiana.

O adversário será Taj Burrow, o mesmo de 2006 quando estreou na divisão de elite do ASP World Tour. Já a outra semifinal ficou formada por mais dois australianos, Mick Fanning e Joel Parkinson. A primeira vítima do Mineirinho do Guarujá foi o havaiano Fredrick Patacchia e depois atropelou o vice-campeão mundial Bede Durbidge numa apresentação fantástica que foi encerrada com um largo placar de 17,86 x 6,77 pontos.

“O Bede é um surfista incrível, um dos meus favoritos no Tour. Desta vez eu consegui vencê-lo, mas tenho certeza que ele vai dar muito trabalho no circuito, como sempre”, disse Adriano, em entrevista ao site Waves. “Este é o meu quarto ano no Tour, então acho que já aprendi muita coisa com o Kelly, o Andy, com todos esses grandes nomes que eu vi competindo. Perdi muito pra eles e acho que com isso aprendi a competir direito, surfar a onda do jeito certo, ou seja, fui ganhando experiência para chegar no nível que me encontro hoje”.

E, realmente, Adriano de Souza surfou no mesmo nível que os melhores do mundo, inclusive recebendo muitos elogios do eneacampeão mundial Kelly Slater, que atuou como comentarista da transmissão ao vivo pela internet. Surfou de forma agressiva com bastante segurança nas manobras e não deu chances aos adversários. Batidas verticais, tubos, rasgadas invertendo a direção da prancha jogando muita água, floaters e até aéreos ele apresentou com velocidade e radicalidade nas vitórias sobre Fredrick Patacchia e Bede Durbidge na terça-feira.

A estréia em Coolangata foi contra o havaiano, que largou na frente com uma nota 7,33. O brasileiro logo deu o troco atacando forte uma direita da série. Começou com uma batida abrindo grande leque de água, acertou mais uma e ainda um floater muito radical para ganhar 8,83. Enquanto Patacchia apostava só nos tubos, Adriano destrói outra direita e arranca 8,27 dos juízes para confirmar a vitória por 17,10 x 11,00 com variedade e velocidade incríveis nas manobras.

Contra Bede Durbidge nas quartas-de-final, o guarujaense já abriu a bateria com uma boa onda iniciada com uma potente rasgada, na sequência passeia dentro do tubo e finaliza com um aéreo para receber uma nota 7,67. Depois, foi só aumentando a vantagem a cada onda surfada. Ganhou 8,83 em outro tubo seguido por várias batidas e rasgadas e ainda conseguiu um 9,03 apresentando todo seu arsenal de manobras, sem dar qualquer oportunidade ao australiano.

Mas, o dia não começou bem para o Brasil, com o paranaense Jihad Khodr sendo eliminado pelo americano C. J. Hobgood na abertura das oitavas-de-final. Com viradas fantásticas nos minutos finais, o guerreiro de Matinhos ganhou duas baterias em Snapper Rocks, mas em Coolangata Beach foi seu oponente que conseguiu virar o placar no momento decisivo. Com notas 8,17 e 9,07 em duas ondas seguidas, C. J. superou o brasileiro por 17,24 x 16,43 pontos. Mesmo assim, Jihad Khodr fez bonito e começa a temporada com um nono lugar na Gold Coast.

Coincidência ou não, os oito classificados para as quartas-de-final foram quase os mesmos oito primeiros colocados no ranking final do ano passado. A única exceção era Damien Hobgood no lugar do número 1, Kelly Slater. Já o único não-australiano a avançar para o último dia do Quiksilver Pro foi Adriano de Souza. Surfando em casa, Mick Fanning e Joel Parkinson foram os melhores do dia e vão se enfrentar na primeira semifinal.

“Nós somos grandes amigos desde quando éramos crianças”, conta Fanning. “Será uma bateria realmente dura. Nós sempre estamos empurrando os limites um ao outro. Só não sei como vai estar as condições do mar amanhã (quarta-feira). Todas as previsões que eu vejo, mostram que as ondas vão ficar muito maiores do que vimos hoje. Mas, tudo é uma incógnita ainda, pode ter meio metro como 100 pés”, exagera o australiano que já faturou o título na Gold Coast em 2005 e 2007 e no ano passado foi vice-campeão na final contra Kelly Slater.

Fanning chegou perto de tirar uma nota 10 num tubo incrível seguido por várias manobras que valeu 9,93 pontos. Nesse duelo contra Damien, ele totalizou 18,53 pontos e estas duas marcas só não superaram o recordista absoluto da primeira etapa do ASP Tour 2009, Dane Reynolds. O californiano somou 18,83 na repescagem, incluindo o único 10 do campeonato, mas acabou eliminado pelo experiente Taj Burrow nas oitavas-de-final.

SEMIFINAIS DO QUIKSILVER PRO:
1.a: Joel Parkinson (AUS) x Mick Fanning (AUS)
2.a: Taj Burrow (AUS) x Adriano de Souza (BRA)

QUARTAS-DE-FINAL – 5.o lugar – US$ 9.000 e 732 pontos:
1.a: Joel Parkinson (AUS) 15.00 x 4.37 C. J. Hobgood (EUA)
2.a: Mick Fanning (AUS) 18.53 x 13.00 Damien Hobgood (EUA)
3.a: Adriano de Souza (BRA) 17.86 x 6.77 Bede Durbidge (AUS)
4.a: Taj Burrow (AUS) 14.40 x 14.00 Adrian Buchan (AUS)

OITAVAS-DE-FINAL – 9.o lugar – US$ 6.300 e 600 pontos:
1.a: C. J. Hobgood (EUA) 17.24 x 16.43 Jihad Khodr (BRA)
2.a: Joel Parkinson (AUS) 13.90 x 10.90 Chris Davidson (AUS)
3.a: Mick Fanning (AUS) 17.90 x 12.40 Jeremy Flores (FRA)
4.a: Damien Hobgood (EUA) 16.30 x 15.50 Julian Wilson (AUS)
5.a: Bede Durbidge (AUS) 17.16 x 13.93 Jordy Smith (AFR)
6.a: Adriano de Souza (BRA) 17.10 x 11.00 Fredrick Patacchia (HAV)
7.a: Taj Burrow (AUS) 17.00 x 16.23 Dane Reynolds (EUA)
8.a: Adrian Buchan (AUS) 14.33 x 11.33 Tom Whitaker (AUS)

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