quinta-feira, 16 de julho de 2009

Kelly Slater falou sobre um novo circuito mundial de surf

Fonte: Surf Total

O enacampeão mundial Kelly Slater falou sobre a possibilidade de existir um novo circuito mundial de surf já a partir de 2010.

Tal como a Surftotal noticiou ontem a informação avançada pelo jornalista australiano Phill Jarrat no Noosa Journal, este novo circuito planeado por Kelly Slater, a concretizar-se, será composto por oito etapas oferecendo um prize-money de 1 milhão e meio de dólares em cada uma delas em detrimento dos 300 mil dólares das actuais etapas do World Tour da ASP.

A notícia correu rapidamente o mundo e foram entretanto divulgados mais detalhes na revista australiana Surfing Life. A elite que disputará este circuito milionário será composta apenas por 16 surfistas convidados em que o último classificado de cada prova receberá 40 mil dólares, quase tanto como um surfista recebe por vencer uma prova do World Tour.

Falta saber se este tour será realizado sob a chancela da ASP ou como um rival parecendo esta última hipótese ser mais plausível devido à insatisfação de grande parte dos surfistas que competem nos circuitos da ASP há vários anos.

Face à mediatização da notícia, Kelly viu-se obrigado a revelar mais alguns segredos do tour que será patrocinado pelo canal de televisão ESPN. “A ESPN afirmou estar interessada em apoiar e patrocinar o tour que poderá começar no próximo ano”, esclareceu o surfista norte-americano num email enviado a todos os surfistas do World Tour (WT). “Isto é uma grande oportunidade que iria resultar num novo tour baseado naquilo que os surfistas pretendem em termos de critérios de julgamento, localização das provas, formatos de competição, etc,” salientou.

Kelly refere ainda que as marcas que actualmente patrocinam o WT bem como os surfistas que nele competem foram contactadas para patrocinarem eventos deste novo tour. Além disso, pretende-se formar uma equipa de comunicação que assegure a divulgação dos eventos através da internet defendendo que “era apresentar ao mundo um pacote completo de surf profissional com a melhor divulgação na televisão e na internet.”

No entanto, Kelly salienta que este não é o “seu” tour como muitos afirmam (“Kelly’s Tour”) e que sabe pouco mais que os restantes surfistas. “É tanto o meu tour como o de outro surfista qualquer que irá competir nele. Simplesmente tenho ideias como o formato “overlap heats” que a ASP chegou a utilizar e que estas pessoas estão interessadas”, defendeu. “É chamado o “Tour do Kelly” pela ASP por uma qualquer razão, provavelmente por ter falado primeiro com os surfistas e não com eles. Seria mais apropriado chamar-se 'The ESPN Tour' ou 'The IMG Tour',” alertou.

O CEO da ASP, Brodie Carr, refuta as acusações que foi a ASP que apelidou o “Tour do Kelly”, e salienta que apenas ouviu dizer que será um novo formato de exibição mas que desconhece pormenores uma vez que não foi convidado para a reunião na qual o manager de Kelly Slater, Terry Hardy, apresentou a ideia às marcas.

O tour deverá arrancar já em 2010 o que deixa pouco tempo para tratar dos procedimentos legais. Além disso, os surfistas que não farão parte do tour ficam com o futuro algo incerto e veremos se os patrocinadores ficarão satisfeitos por ver alguns dos seus atletas partirem para um circuito rival da ASP. Quanto ao circuito mundial da ASP, Bordie Carr foi peremptório relembrando que “este ano assinámos um contrato para mais nove anos de World Tour com todos os nossos eventos,” disse.

Mesmo assim, Kelly Slater vai tentar chegar a um consenso com a ASP mas sabe que a sua prioridade é a mudança. “Basicamente, se esta for a oportunidade de melhorar a situação dos surfistas e do tour, contem comigo,” disse. A ASP deixará de existir por causa disto? Não necessariamente... Será que a ASP falhou no surf profissional? Acho que não mas também sinto que não fez o melhor trabalho que pode ser feito,” apontou.

Para terminar, Kelly Slater salienta que esta poderá ser uma oportunidade única para revolucionar o surf. “São poucas as vezes em que tens oportunidade de fazer a diferença e revolucionar um desporto. Esta pode ser uma delas... Ao longo dos anos lutámos com a ASP sobre os nossos direitos e ambições. É tempo de alguém fazer algo sobre isso. Sei que adoro o meu estilo de vida mas há definitivamente espaço para a inovação”, concluiu.

Mais pormenores deverão ser anunciados durante o US Open que se realiza na Califórnia a partir da próxima semana.

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