segunda-feira, 9 de abril de 2012

Fanning derrota Slater na final e Fitzgibbons é bicampeã do Rip Curl Pro Bells Beach


O australiano Mick Fanning, 30 anos, voltou a badalar o sino da vitória no Rip Curl Pro na decisão contra o onze vezes campeão mundial Kelly Slater, 40, em Bells Beach. O título valeu 10.000 pontos que o levaram do 13.o para o terceiro lugar no ranking do ASP World Tour 2012. Com a passagem para a final, Slater assumiu a liderança e Adriano de Souza permaneceu em segundo na classificação geral das duas etapas realizadas na Austrália. A próxima é o Billabong Rio Pro no Brasil, de 9 a 20 de maio na capital do Rio de Janeiro.

A sexta-feira de boas ondas de 3-5 pés foi o dia da vingança para Mick Fanning. Era a terceira vez consecutiva que ele decidia o título do campeonato mais antigo do ASP World Tour. Em 2010 perdeu para o próprio Slater e no ano passado para o seu grande amigo Joel Parkinson, que ele derrotou nas semifinais. Para muitos, esta final foi considerada como uma das melhores dos 51 anos de história do Rip Curl Pro.

O australiano venceu o evento em 2001 e largou na frente com nota 9,10 usando a força nas manobras para jogar muita água em uma boa onda finalizada com um aéreo. Em seguida, pega outra direita da série e consegue um 8,6 para botar uma vantagem de mais de 10 pontos, o que no surfe é como uma goleada no futebol. Mas, Slater é Slater e ele sai da “combination” com uma nota 10 em um aéreo rodando incrível, muito alto, no “pocket” da onda, fantástico.

Não demora muito e Kelly acha outra direita boa abrindo a parede para ele desfilar o seu arsenal de manobras modernas e virar o placar com uma nota 8,07. Só que Mick Fanning não se abala e com uma escolha impecável pega mais uma onda da série e aplica uma série de batidas e rasgadas abrindo grandes leques de água para retomar a ponta com uma nota 9,70. Usando o aéreo como principal arma, Slater quase consegue a virada fatal na onda seguinte, mas os juízes repetiram a nota 8,07 e ele precisava de 8,80 pontos. Ainda lutou até o fim, mas não conseguiu mudar o resultado de 18,80 a 18,07 pontos.

“Foi incrível e estou muito feliz”, disse Mick Fanning. “Quando o Kelly (Slater) fez o 10, eu pensei: oh, aqui vamos nós de novo. Mas, tentei me manter calmo para pegar outra onda boa e estou amarradão que tudo valeu a pena. Estou realmente sem palavras porque foi uma final muito intensa. A multidão foi incrível lotando este anfiteatro hoje (sexta-feira) e estou muito feliz por ter conseguido vencer de novo este evento fantástico”.

Apesar de ver a vitória escapar mesmo com uma nota 10 na bateria, Slater destacou as virtudes de Mick Fanning. “Eu sabia que o Mick (Fanning) não ia perder a paciência por nada. Ele começou bem, então eu pensei em mandar um aéreo grande, mas não foi suficiente. Foi tudo muito emocionante para mim. Mesmo quando ele teve o 9 e 8, eu sentia que algo de bom ia vir para mim. Mas, também sabia que ia ser um pouco difícil a luta com as ondas lá fora, com os grandes intervalos entre as séries, as longas calmarias, mas é assim mesmo”.

O defensor do título, Joel Parkinson, 30 anos, foi barrado por Mick Fanning na semifinal e depois disso queria ver o amigo vencer o campeonato. “Eu disse para o Mick (Fanning) que ele tinha que tocar o sino. Ele me bateu e esperava que fizesse o mesmo com o Kelly (Slater). Ninguém merecia mais a vitória do que ele. Ele chegou perto tantas vezes e eu não conseguia pensar em um fim mais apropriado para o dia de hoje (sexta-feira) aqui”.

MINEIRINHO VICE-LÍDER – Adriano de Souza chegou a liderar o ranking por um dia, após a eliminação de Taj Burrow na terceira fase na quinta-feira. Ele acabou derrotado em uma disputa acirrada com o australiano-voador Josh Kerr, que acertou um aéreo rodando muito alto nota 9,73 que fez a diferença no placar de 17,40 x 15,36 pontos. Mineirinho terminou em nono lugar no Rip Curl Pro, marcou 4.000 pontos e quatro surfistas poderiam lhe tirar a dianteira na corrida pelo título mundial da temporada.

O próprio Josh Kerr e o sul-africano Jordy Smith conseguiriam isso se passassem para as semifinais. Mas, Kerr perdeu para Kelly Slater e Smith para Joel Parkinson nas quartas de final. Então, Slater e Parkinson assumiriam a ponta se chegassem na final, com os dois podendo até decidir o primeiro lugar na última bateria do campeonato. Kelly conseguiu isso, graças a uma interferência assinalada para o francês Jeremy Flores, que venceria a bateria não fosse a penalidade. Já Joel Parkinson foi batido na outra semifinal pelo campeão Mick Fanning.

DECISÃO FEMININA – A australiana Sally Fitzgibbons festejou o bicampeonato no Rip Curl Pro no sábado de boas ondas de 4-5 pés em Bells Beach. A final foi contra a líder do ranking, Stephanie Gilmore, 24 anos, que largou na frente do ASP Tour 2012 na Gold Coast. Fitzgibbons, 21, subiu para o segundo lugar com a vitória em Bells e vai brigar pelo título com a tetracampeã mundial, que tenta recuperar a coroa perdida para a havaiana Carissa Moore no ano passado.

“Estou sem palavras. Foi muito difícil. Bells adormeceu (sem ondas) bem na hora da bateria e foi muita tática no final”, disse Sally Fitzgibbons. “A Steph (Gilmore) só precisava de poucos pontos e pegou uma onda no final que parecia pequena, fiquei na expectativa, mas ela não virou. Eu simplesmente não posso acreditar que sou bicampeã aqui em Bells”.

As duas foram mesmo as melhores surfistas nas direitas de Bells Beach. Stephanie Gilmore tirou a única nota 10 entre as meninas na sexta-feira e no sábado também conseguiu as maiores notas dos juízes, 9,77 nas quartas de final e de novo nas semifinais. Já Sally Fitzgibbons fez uma estreia avassaladora com imbatíveis 18,84 pontos de 20 possíveis das notas 9,57 e 9,27 que recebeu no primeiro dia do Rip Curl Pro.

Gilmore ficou desapontada por não conseguir vencer, ou por não ter encontrado boas ondas para mostrar o surfe explosivo que vinha apresentando durante o evento. Mas, o vice-campeonato consolidou a liderança no ranking do título mundial da temporada. Ela marcou 8.000 pontos e totaliza 18.000 contra 16.500 de Fitzgibbons.

"Eu estava surfando muito bem, mas sabia que ia ser uma bateria difícil”, falou Stephanie Gilmore. “Eu gostaria de ter surfado mais ondas, mas foi uma boa final e a Sally (Fitzgibbons) merecia esta vitória. Ela é ótima e parabéns para ela”.

BILLABONG RIO PRO – Depois da longa “perna australiana” iniciada em fevereiro, as atenções agora voltam-se para o Brasil, que vai sediar o terceiro desafio do ASP World Tour 2012 nos dias 9 a 20 de maio na capital do Rio de Janeiro. O Billabong Rio Pro vai oferecer a maior premiação da temporada - 500 mil dólares para a categoria masculina e 120 mil dólares para a feminina - e o palco principal será montado novamente na Barra da Tijuca, mas outras duas locações ficarão preparadas para receber o evento na Praia do Arpoador e no canto do Recreio dos Bandeirantes.

FINAL DO RIP CURL PRO BELLS BEACH:
Campeão: Mick Fanning (AUS) com 18,80 (notas 9,70+9,10) - US$ 75.000 e 10.000 pontos
Vice-campeão: Kelly Slater (EUA) com 18,07 (notas 10,0+8,07) - US$ 30.000 e 8.000 pontos


SEMIFINAIS – 3.o lugar – US$ 17.500 e 6.500 pontos:
1.a: Kelly Slater (EUA) 15.10 x 7.83 Jeremy Flores (FRA)
2.a: Mick Fanning (AUS) 15.83 x 14.43 Joel Parkinson (AUS)


QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar – US$ 13.750 e 5.200 pontos:
1.a: Jeremy Flores (FRA) 14.06 x 13.66 Owen Wright (AUS)
2.a: Kelly Slater (EUA) 17.97 x 16.10 Josh Kerr (AUS)
3.a: Mick Fanning (AUS) 18.00 x 10.27 Kai Otton (AUS)
4.a: Joel Parkinson (AUS) 15.44 x 14.63 Jordy Smith (AFR)


QUINTA FASE – REPESCAGEM – 1.o=Quartas de Final / 2.o=9.o lugar – US$ 11.000 e 4.000 pts:
1.a: Jeremy Flores (FRA) 14.93 x 14.90 John John Florence (HAV)
2.a: Josh Kerr (AUS) 17.40 x 15.36 Adriano de Souza (BRA)
3.a: Kai Otton (AUS) 14.27 x 12.90 Brett Simpson (EUA)
4.a: Jordy Smith (AFR) 17.27 x 9.04 C. J. Hobgood (EUA)


RANKING DO ASP WORLD TITLE RACE 2012 – 2 etapas:
01: Kelly Slater (EUA) – 13.200 pontos
02: Adriano de Souza (BRA) – 12.000
03: Taj Burrow (AUS) – 11.750
03: Mick Fanning (AUS) – 11.750
05: Joel Parkinson (AUS) – 11.700
05: Jordy Smith (AFR) – 11.700
05: Josh Kerr (AUS) – 11.700
08: Owen Wright (AUS) – 10.400
09: Jeremy Flores (FRA) – 8.250
10: John John Florence (HAV) – 5.750
------------outros brasileiros:
13: Heitor Alves (BRA) – 4.500 pontos
13: Miguel Pupo (BRA) – 4.500
19: Raoni Monteiro (BRA) – 3.500
25: Gabriel Medina (BRA) – 2.250
25: Jadson André (BRA) – 2.250
32: Alejo Muniz (BRA) – 1.000



FINAL DO RIP CURL WOMENS PRO:
Campeã: Sally Fitzgibbons (AUS) com 10,76 pontos (7,33+3,43) – US$ 15.000 e 10.000 pontos
Vice-campeã: Stephanie Gilmore (AUS) com 10,33 (6,50+3,83) – US$ 9.000 e 8.000 pontos



SEMIFINAIS – 3.o lugar – US$ 7.500 e 6.500 pontos:
1.a: Stephanie Gilmore (AUS) 17.10 x 14.77 Tyler Wright (AUS)
2.a: Sally Fitzgibbons (AUS) 15.27 x 11.50 Carissa Moore (HAV)



QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar – US$ 6.000 e 5.200 pontos:
1.a: Tyler Wright (AUS) 16.63 x 15.93 Sarah Mason (NZL)
2.a: Stephanie Gilmore (AUS) 17.80 x 14.83 Malia Manuel (HAV)
3.a: Carissa Moore (HAV) 10.33 x 10.03 Coco Ho (HAV)
4.a: Sally Fitzgibbons (AUS) 14.43 x 11.76 Lakey Peterson (EUA)



TOP-10 DO ASP WOMENS TOUR 2012 – 2 etapas:
01: Stephanie Gilmore (AUS) – 18.000 pontos
02: Sally Fitzgibbons (AUS) – 16.500
03: Tyler Wright (AUS) – 13.000
04: Laura Enever (AUS) – 12.000
05: Carissa Moore (HAV) – 11.700
06: Malia Manuel (HAV) – 10.400
07: Courtney Conlogue (EUA) – 9.200
07: Lakey Peterson (EUA) – 9.200
07: Sarah Mason (NZL) – 9.200
10: Sofia Mulanovich (PER) – 8.000
10: Paige Hareb (NZL) – 8.000
12: Silvana Lima (BRA) – 6.950
14: Jacqueline Silva (BRA) – 3.500



Por: João Carvalho

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