O Drug Aware Margaret River Pro terminou em festa havaiana com as vitórias de Dusty Payne e Carissa Moore nas ondas poderosas de 6-8 pés do domingo em Surfers Point. As duas finais foram contra surfistas da Austrália. Na feminina, Moore derrotou a número 1 do WCT 2014, Tyler Wright, para ser a nova vice-líder do ranking. E na masculina, Payne festejou seu primeiro título importante na carreira sobre Josh Kerr. Os quatro finalistas agora já se preparam para o próximo desafio do ASP World Tour, o Rip Curl Pro, cujo prazo começa na quarta-feira e vai até o dia 7 de abril em Bells Beach, na Austrália.
Esta será a segunda prova do WCT masculino e a terceira do feminino, já que o Drug Aware Pro estreou no ASP Womens Tour esse ano. Mudou o ano, mudou a praia, mas o ranking permanece com as quatro melhores do mundo em 2012 brigando pelo título neste início de temporada. Apenas as semifinais ficaram invertidas em relação a primeira etapa na Gold Coast. Como no sábado, as ondas entravam com ótima formação em Surfers Point, porém o grande intervalo entre as séries fez com que poucas fossem surfadas nas baterias.
Na decisão do título feminino, elas só conseguiram surfar uma onda boa e a da Carissa Moore recebeu nota 7,67 dos juízes, contra 6,17 da que Tyler Wright pegou nos minutos finais. A havaiana ainda somou o 3,33 da nota anterior para quebrar o jejum de vitórias por 11,00 a 6,94 pontos. A última tinha sido aqui no Brasil, no Billabong Girls Pro Rio, na etapa que marcou o retorno da etapa brasileira do WCT feminino para o Rio de Janeiro em 2011.
“Estou muito, muito feliz agora pela vitória e por estar no pódio novamente!”, vibrou Carissa Moore. “Não ganhei nenhum evento no ano passado e foi difícil para mim, mas finalmente isso acabou. Este ano começou quente, apenas dois eventos e já está parecendo ser o fim da corrida do título mundial no ASP Womens Tour. Todas as meninas estão surfando muito bem e podem ganhar os próximos eventos, então acho que vai ser muito interessante ver como será a disputa do título esse ano”.
Nas semifinais, as meninas também tiveram que ser precisas nas poucas chances que apareciam para surfar em Surfers Point no domingo. A havaiana começou bem com nota 7,5 contra a atual campeã mundial Stephanie Gilmore, que só pegou uma onda regular de 5,73 pontos e por 13,27 a 7,24 foi barrada novamente nas semifinais como na Gold Coast, pelo menos sempre perdendo para a campeã da etapa.
A final do Roxy Pro Gold Coast foi reeditada na segunda semifinal do Drug Aware Margaret River Pro, com Tyler Wright repetindo a vitória sobre Sally Fitzgibbons com o maior placar feminino do último dia, 18,43 a 14,83 pontos. Para isso, saiu marcada com vários cortes nas pernas em sua segunda e última onda na bateria, manobrando forte até parar nas pedras de Surfers Point para conseguir nota 9,5 dos juízes. Na bateria final, cheia de cortes, Tyler só pegou uma onda, mas já estava com o primeiro lugar no WCT 2014 garantido.
“É apenas o segundo evento do ano e de modo algum estou querendo ser a número um em tudo!”, disse a irmã mais jovem do também top do WCT, Owen Wright. “Estou competindo contra campeãs do mundo, uma três vezes vice-campeã e com as outras meninas do circuito também. Estou apenas começando bem este ano e fico feliz por estar mostrando meu surfe. Eu venho evoluindo, aprendendo nos últimos dois anos, agora os resultados estão aparecendo. Meu irmão Owen tem sido um grande apoio para mim. Ele estava neste evento, mas foi para casa e me ligou esta manhã, tivemos uma longa conversa que me ajudou a chegar ao pódio hoje”.
DOMÍNIO HAVAIANO – No ano que vem, o Drug Aware Margaret River Pro também passará a ser uma etapa do ASP Tour masculino, com a Austrália abrindo a temporada com três eventos nas três regiões com as melhores ondas do país, Gold Coast, Bells Beach e Margaret River, conhecida pela potência havaiana das séries pesadas de Surfers Point. E Dusty Payne confirmou o domínio havaiano no novo pico do WCT na vitória sobre Josh Kerr. Em 2012, a decisão foi 100% havaiana entre Olamana Eleogram e John John Florence, que não pôde defender o título por causa da contusão sofrida na Gold Coast.
“Eu nunca ganhei nada antes, é muito emocionante!”, disse Dusty Payne. “Esta é a minha primeira vitória importante na carreira e este evento é incrível. Estou muito feliz por isso ter acontecido aqui na Austrália Ocidental, eu amo esse lugar! Eu estava com um bom ritmo no evento, o que nunca acontece, sorte eu acho, nossa, estou muito feliz. Eu me contundi no ano passado e fiquei fora do circuito, só vendo meus amigos surfando e ganhando campeonatos, agora aqui estou eu. E isso é ótimo”.
O havaiano derrotou três australianos no último dia do Drug Aware Pro. A primeira vítima foi Jay Thompson nas quartas de final, depois ganhou um duelo eletrizante, talvez o melhor de todo o campeonato, contra Julian Wilson, encerrado em 18,00 a 17,16 pontos. Na grande final, surfou a melhor onda que entrou na bateria e com nota 9,23 confirmou a sua primeira vitória na ASP por 16,36 a 13,20 pontos. O título valeu 40 mil dólares e 6.500 pontos no ASP World Ranking, que classifica dez surfistas para completar a elite dos top-34 do WCT.
G-10 PARA O WCT 2014 – O primeiro ASP Prime do ano provocou várias mudanças de nomes no G-10 do ranking mundial unificado, que neste ano tem novas regras para os tops do ASP Tour. Eles passam a computar apenas dois e não três resultados do WCT como em 2012, além do que somente do nono lugar pra frente, com os pontos de 13.o (1750) e 25.o lugar (500) não entrando mais no ranking unificado. No momento, nenhum brasileiro faz parte da lista dos dez que estão se classificando.
O Brasil só teria três surfistas na elite do ano que vem com os resultados deste início de temporada, Gabriel Medina, Alejo Muniz e Filipe Toledo, que ficaram entre os 22 mantidos no WCT na primeira etapa de 2013 na Gold Coast. O paulista Caio Ibelli e o potiguar Jadson André foram os que chegaram mais perto da zona de classificação em Margaret River. Caio é o 28.o colocado e Jadson saltou de 179 para 29 no ranking que está garantindo até o 25.o lugar, o havaiano Keanu Asing.
Os finalistas do Drug Aware Pro são dois dos tops que estão confirmando suas permanências entre os 22 do WCT que dispensam a vaga no ranking unificado. Já Adrian Buchan, que ficou em último lugar no Quiksilver Pro Gold Coast, passou a encabeçar o G-10 do ranking de acesso com os 4.225 pontos do terceiro lugar nas semifinais do ASP Prime de Margaret River. O australiano subiu do 64.o para o 15.o lugar na classificação geral das sete etapas computadas, sendo uma do WCT, uma Prime e cinco do ASP Star.
Também entraram no G-10 com os resultados no Drug Aware Pro, mais um australiano, Jay Thompson (16.o lugar), o basco Aritz Aranburu (19.o), o surfista das Ilhas Canárias que barrou Adriano de Souza, Jonathan Gonzalez (20.o), o neozelandês Jay Quinn (22.o), o havaiano Granger Larsen (23.o) e o australiano Mitchel Coleborn (24.o). Os únicos que permaneceram na lista em Margaret River foram o australiano Dion Atkinson (17.o), o norte-americano Kolohe Andino (21.o) e o havaiano Keanu Asing (25.o), que fecha o G-10 no momento.
PRÓXIMAS ETAPAS – Para os tops da elite atual, 10.000 pontos estarão em jogo no Rip Curl Pro que começa nesta quarta-feira e vai até 7 de abril em Bells Beach, na Austrália. Já para os que não estão no WCT deste ano, as próximas etapas serão na América do Sul. O Rip Curl Pro Argentina abre o calendário do ASP South America Surf Series 2013 a partir de sexta-feira até 2 de abril com uma etapa do ASP 3-Star em Mar del Plata. E nos dias 20 a 26 de maio, tem o segundo ASP Prime do ano em Saquarema (RJ) que acontece logo após o fim do prazo da etapa brasileira do WCT, o Billabong Rio Pro, que está marcado para os dias 08 a 19 de maio no Rio de Janeiro.
FINAL DO ASP WOMENS TOUR DRUG AWARE MARGARET RIVER PRO:
Campeã: Carissa Moore (HAV) com 11,00 pontos – US$ 15.000 e 10.000 pontos
Vice-campeã: Tyler Wright (AUS) com 6,94 pontos – US$ 11.000 e 8.000 pontos
SEMIFINAIS – 3.o lugar – US$ 8.000 e 6.500 pontos:
1.a: Carissa Moore (HAV) 13.27 x 9.56 Stephanie Gilmore (AUS)
2.a: Tyler Wright (AUS) 18.43 x 14.83 Sally Fitzgibbons (AUS)
RANKING DO ASP WOMENS TOUR 2013 – 2 etapas:
1.o lugar: Tyler Wright (AUS) – 18.000 pontos
2.o: Carissa Moore (HAV) – 16.500
3.o: Sally Fitzgibbons (AUS) – 14.500
4.o: Stephanie Gilmore (AUS) – 13.000
5.o: Courtney Conlogue (EUA) – 10.400
5.o: Alana Blanchard (HAV) – 10.400
7.o: Coco Ho (HAV) – 9.200
7.o: Bianca Buitendag (AFR) – 9.200
9.o: Lakey Peterson (EUA) – 8.000
9.o: Laura Enever (AUS) – 8.000
11: Paige Hareb (NZL) – 6.950
11: Pauline Ado (FRA) – 6.950
13: Silvana Lima (BRA) – 5.750
14: Malia Manuel (HAV) – 3.500
14: Rebecca Woods (AUS) – 3.500
14: Sofia Mulanovich (PER) – 3.500
14: Sage Erickson (EUA) – 3.500
FINAL DO ASP PRIME NO DRUG AWARE MARGARET RIVER PRO:
Campeão: Dusty Payne (HAV) com 16,36 pontos – US$ 40.000 e 6.500 pontos
Vice-campeão: Josh Kerr (AUS) com 13,20 pontos – US$ 20.000 e 5.200 pontos
SEMIFINAIS – 3.o lugar – US$ 11.000 e 4.225 pontos:
1.a: Dusty Payne (HAV) 18.00 x 17.16 Julian Wilson (AUS)
2.a: Josh Kerr (AUS) 11.33 x 9.43 Adrian Buchan (AUS)
QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar – US$ 7.000 e 3.320 pontos:
1.a: Julian Wilson (AUS) 11.00 x 8.27 Jonathan Gonzalez (CNY)
2.a: Dusty Payne (HAV) 13.17 x 8.23 Jay Thompson (AUS)
3.a: Josh Kerr (AUS) 13.50 x 13.20 Jay Quinn (NZL)
4.a: Adrian Buchan (AUS) 15.30 x 14.50 Aritz Aranburu (ESP)
G-10 DO ASP WORLD RANKING – 7 etapas – classifica 10 surfistas para o WCT 2014:
1.o: Joel Parkinson (AUS) – 11.880 pontos
2.o: Julian Wilson (AUS) – 11.505
3.o: Kelly Slater (EUA) – 10.000
4.o: Dusty Payne (HAV) – 7.238
5.o: Mick Fanning (AUS) – 6.816
6.o: Michel Bourez (TAH) – 6.500
7.o: Matt Wilkinson (AUS) – 6.443
8.o: Josh Kerr (AUS) – 6.325
9.o: Bede Durbidge (AUS) – 6.166
10: Adam Melling (AUS) – 6.050
11: Alejo Muniz (BRA) – 5.603
12: Taj Burrow (AUS) – 5.580
13: Brett Simpson (EUA) – 4.780
14: Travis Logie (AFR) – 4.700
15: Adrian Buchan (AUS) – 4.475 – 1.o do G-10
16: Jay Thompson (AUS) – 4.433 – 2.o do G-10
17: Dion Atkinson (AUS) – 4.276 – 3.o do G-10
18: Jeremy Flores (FRA) – 4.000
19: Aritz Aranburu (ESP) – 3.680 – 4.o do G-10
20: Jonathan Gonzalez (CNY) – 3.676 – 5.o do G-10
21: Kolohe Andino (EUA) – 3.494 – 6.o do G-10
22: Jay Quinn (NZL) – 3.480 – 7.o do G-10
23: Granger Larsen (HAV) – 3.406 – 8.o do G-10
24: Mitchel Coleborn (AUS) – 3.166 – 9.o do G-10
25: Keanu Asing (HAV) – 2.930 – 10.o do G-10
—————-próximos sul-americanos até 100:
28: Caio Ibelli (BRA) – 2.653 pontos
29: Jadson André (BRA) – 2.650
38: Willian Cardoso (BRA) – 1.960
40: Adriano de Souza (BRA) – 1.843
47: Jean da Silva (BRA) – 1.300
48: Filipe Toledo (BRA) – 1.243 – Top 22 do WCT
55: Peterson Crisanto (BRA) – 1.128
57: Jessé Mendes (BRA) – 1.114
60: Bino Lopes (BRA) – 1.070
64: Wiggolly Dantas (BRA) – 1.035
73: Heitor Alves (BRA) – 968
75: Alex Ribeiro (BRA) – 943
78: Messias Félix (BRA) – 887
80: Ricardo dos Santos (BRA) – 855
85: Marco Fernandez (BRA) – 832
93: Tomas Hermes (BRA) – 760
95: Leandro Usuña (ARG) – 758
Por: João Carvalho
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