O Circuito Mundial inaugurou uma conexão Brasil-África do Sul neste mês de julho. O porto de partida e chegada é por Santa Catarina. A elite do ASP World Tour competiu até sexta-feira no Hang Loose Santa Catarina Pro e já partiu para Jeffreys Bay, onde na quinta-feira tem início o prazo do Billabong Pro, que vai até o dia 19. Já o WQS fez o sentido inverso.
No domingo foi encerrado o Mr. Price Pro com vitória do americano Tanner Gudauskas sobre o australiano James Wood em Ballito. E na terça-feira já começa a primeira das duas etapas seguidas no Brasil, igualmente com nível 6 estrelas de 2.500 pontos. O Maresia Surf International vai até domingo na Praia Mole de Florianópolis e nos dias 14 a 19 tem a estréia do Rip Curl apresenta Coca-Cola Saquarema Pro em Saquarema (RJ).
As duas cidades estão retornando ao calendário do WQS esse ano. A última vez que o Circuito Mundial passou pela capital catarinense foi em 2007 no Costão do Santinho e a Praia Mole não sediava uma etapa desde 2005. A própria Maresia já fez seu campeonato na praia mais badalada da Ilha de Santa Catarina entre 1998 e 2000. A marca nascida no Ceará voltou ao WQS dois anos atrás num lugar que nunca tinha recebido etapas do Circuito Mundial, a Praia Brava de Itajaí. Agora, o Maresia Surf International recoloca Florianópolis no mapa da Divisão de Acesso para o ASP Tour.
Já a Cidade do Surf da Região dos Lagos do Rio de Janeiro só teve uma etapa do WQS em 1997 que nem rolou no palco principal de Saquarema, a Praia de Itaúna, conhecida como o Maracanã do surfe brasileiro pela potência das suas ondas. O Rip Curl apresenta Coca-Cola Saquarema Pro será realizado pela Adding Eventos, mesma agência que já promove o Oakley apresenta Rio Surf Pro International que estreou com grande sucesso na Praia do Arpoador no ano passado. Com isso, os dois palcos que iniciaram a história do esporte no Brasil agora estão no calendário do WQS.
SÓ DOIS BRASILEIROS - Os dois eventos seguidos serão muito importantes para os brasileiros recuperarem posições no ranking. Após as duas provas seguidas disputadas na África do Sul, apenas o potiguar Jadson André em quarto lugar e o catarinense Marco Polo em 13.o, aparecem na lista dos quinze surfistas que sobem para o ASP World Tour. Outro catarinense, Jean da Silva, fazia parte deste grupo antes do Mr. Price Pro Ballito encerrado no domingo.
Mas, como ele já completou os sete resultados computados no ranking, teve que trocar os 875 pontos do 49.o lugar no 6 estrelas “prime” de Trestles, nos Estados Unidos, pelos 1.125 pontos do 17.o na África do Sul. Com isso, acabou caindo da 12.a para a 21.a posição na classificação geral das 17 etapas completadas em Ballito. O Maresia Surf International é a 18.a e Jean da Silva pode retornar agora competindo em casa, na Praia Mole de Florianópolis. No Mr. Price Pro ele foi barrado pelo sul-africano Gavin Roberts e pelo seu conterrâneo Alejo Muniz na fase dos 24 melhores.
Não só Jean da Silva, mas outro catarinense, Willian Cardoso, o gaúcho Rodrigo Dornelles e o pernambucano Paulo Moura, também pararam nessa, com todos ficando empatados em 17.o lugar no 6 estrelas da África do Sul. Alejo Muniz caiu na fase seguinte para o vice-campeão da etapa, James Wood. Ele ficou em 9.o lugar, mesma posição do uruguaio Marco Giorgi, que mora em Santa Catarina e também perdeu nas oitavas-de-final, para o sul-africano Klee Strachan. Eles se destacaram quando o mar estava grande em Ballito, com tubos sensacionais de 8-10 pés de altura.
As ondas foram baixando durante a semana e o Mr. Price Pro terminou em meio metro de altura no sábado e domingo, quando o mar até apresentou melhores condições. As quartas-de-final abriram o último dia com os australianos Matt Wilkinson e Wade Goodall atingindo as maiores marcas do domingo, 16,84 e 17,83 pontos respectivamente na segunda e terceira baterias. No entanto, ambos foram batidos nas semifinais e dividiram o terceiro lugar no pódio.